O casamento do pequeno burguês (Bertold Brecht)
SINOPSE
"O
Casamento do Pequeno Burguês" foi escrito quando o jovem Brecht tinha
apenas 21 anos e seus pensamentos sobre o teatro estavam ainda mais próximos às
suas influências expressionistas do que o teatro épico/dialético que viria a
desenvolver durante a sua vida. Apesar da montagem estar separada quase um
século da data em que foi escrito, o texto permanece atual.
A história se passa durante a festa de um casamento da alta sociedade. O jogo
de hipocrisia vai ganhando tempero à medida que o tédio, o cansaço e o álcool
começam a fazer efeito entre os convidados. Uma das poucas comédias do
dramaturgo alemão, onde as tradicionais regras de convivência, bem como os
móveis aparentemente sólidos, desmoronam-se. O resultado é um espetáculo
que questiona as relações sociais e os jogos de aparências tão comuns na nossa
sociedade”.
O Casamento dos pequenos burgueses
Chico Buarque
1977-1978
1977-1978
Ele faz o noivo correto
E ela faz que quase desmaia
Vão viver sob o mesmo teto
Até que a casa caia
Até que a casa caia
E ela faz que quase desmaia
Vão viver sob o mesmo teto
Até que a casa caia
Até que a casa caia
Ele é o empregado discreto
Ela engoma o seu colarinho
Vão viver sob o mesmo teto
Até explodir o ninho
Até explodir o ninho
Ela engoma o seu colarinho
Vão viver sob o mesmo teto
Até explodir o ninho
Até explodir o ninho
Ele faz o macho irrequieto
E ela faz crianças de monte
Vão viver sob o mesmo teto
Até secar a fonte
Até secar a fonte
E ela faz crianças de monte
Vão viver sob o mesmo teto
Até secar a fonte
Até secar a fonte
Ele é o funcionário completo
E ela aprende a fazer suspiros
Vão viver sob o mesmo teto
Até trocarem tiros
Até trocarem tiros
E ela aprende a fazer suspiros
Vão viver sob o mesmo teto
Até trocarem tiros
Até trocarem tiros
Ele tem um caso secreto
Ela diz que não sai dos trilhos
Vão viver sob o mesmo teto
Até casarem os filhos
Até casarem os filhos
Ela diz que não sai dos trilhos
Vão viver sob o mesmo teto
Até casarem os filhos
Até casarem os filhos
Ele fala de cianureto
E ela sonha com formicida
Vão viver sob o mesmo teto
Até que alguém decida
Até que alguém decida
E ela sonha com formicida
Vão viver sob o mesmo teto
Até que alguém decida
Até que alguém decida
Ele tem um velho projeto
Ela tem um monte de estrias
Vão viver sob o mesmo teto
Até o fim dos dias
Até o fim dos dias
Ela tem um monte de estrias
Vão viver sob o mesmo teto
Até o fim dos dias
Até o fim dos dias
Ele às vezes cede um afeto
Ela só se despe no escuro
Vão viver sob o mesmo teto
Até um breve futuro
Até um breve futuro
Ela só se despe no escuro
Vão viver sob o mesmo teto
Até um breve futuro
Até um breve futuro
Ela esquenta a papa do neto
E ele quase que fez fortuna
Vão viver sob o mesmo teto
Até que a morte os una
Até que a morte os una.
E ele quase que fez fortuna
Vão viver sob o mesmo teto
Até que a morte os una
Até que a morte os una.
Abraços,
Juliana Gobbe
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