segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

CLARICEANDO...DECLARAÇÃO DE AMOR

Esta é uma confissão de amor: amo a língua portuguesa. Ela não é fácil. Não é maleável. E, como não foi profundamente trabalhada pelo pensamento, a sua tendência é a de não ter sutilezas e de reagir às vezes com um verdadeiro pontapé contra os que temerariamente ousam transformá-la numa linguagem de sentimento e de alerteza. E de amor. A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa de superficialismo.
Às vezes ela reage diante de um pensamento mais complicado. Às vezes se assusta com o imprevisto de uma frase. Eu gosto de manejá-la - como gostaria de estar montada num cavalo e guiá-lo pelas rédeas, às vezes lentamente, às vezes para nos dar para sempre uma herança de língua já feita. Todos nós que escrevemos nos atamos fazendo do túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida.
Essas dificuldades, nós as temos. Mas não falei do encantamento de lidar com uma língua que não foi aprofundada. O que recebi de herança não me chega.
Se eu fosse muda, e também não pudesse escrever, e me perguntassem a que língua eu queria pertencer, eu diria: inglês, que é preciso e belo. Mas como não nasci muda e pude escrever, tornou-se absolutamente claro para mim que eu queria mesmo era escrever em português. Eu até queria não ter aprendido outras línguas: só para que a minha abordagem do português fosse virgem e límpida.
Clarice Lispector in A descoberta do mundo.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

SIMPLESMENTE EU

Quem admira a obra da escritora Clarice Lispector não pode perder o espetáculo Simplesmente Eu, protagonizado pela atriz Beth Goulart. A atriz buscou o melhor da alma lispectoriana.Beth leva o público ao delírio com belos textos da escritora . Corram...a peça fica em cartaz até o próximo fim de semana no Teatro Renaissance em São Paulo.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Um pouco de música -poesia


 Canção do amor perfeito

O tempo seca a beleza.
seca o amor, seca as palavras.
Deixa tudo solto, leve,
desunido para sempre
como as areias nas águas.

O tempo seca a saudade,
seca as lembranças e as lágrimas.
Deixa algum retrato, apenas,
vagando seco e vazio
como estas conchas das praias.

O tempo seca o desejo
e suas velhas batalhas.
Seca o frágil arabesco,
vestígio do musgo humano,
na densa turfa mortuária.

Esperarei pelo tempo
com suas conquistas áridas.
Esperarei que te seque,
não na terra, Amor-Perfeito,
num tempo depois das almas.



Cecília Meireles (Poetisa brasileira, 1901-1964)

domingo, 28 de novembro de 2010


 Minha alma é um bolso onde guardo minhas memórias vivas. Memórias vivas são aquelas que continuam presentes no corpo. Uma vez lembradas, o corpo ri, chora, comove-se, dança… “O que a memória amou fica eterno”. . Adélia Prado

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Amanhã: Última oficina do ano!

Queridos amigos

Amanhã faremos a última oficina do ano, o tema será: André Carneiro: A literatura dos sete instrumentos.
Local: Biblioteca Municipal - Atibaia -SP.
10hrs.

domingo, 14 de novembro de 2010

DICA DE LEITURA

Num tempo antigo em que a natureza era extremamente respeitada e reverenciada acumulava-se em todo o mundo,contos da tradição oral sobre árvores mágicas relacionando-se com os seres humanos num contexto de alegria. Rina Singh e Helen Cann nos convidam a vasculhar : Uma floresta de histórias para que retomemos o gosto pelo verde e o encanto por romãnzeiras,cerejeiras, castanheiros e afins.Vale a pena ler.


                                                                                    Editora: Martins Fontes

domingo, 31 de outubro de 2010

Graciliano Ramos: Águas e Palavras

Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer.Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxaguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão.Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda do varal, para secar.Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso: a palavra foi feita para dizer.
Graciliano Ramos

domingo, 24 de outubro de 2010

DICA!





O livro Toda Mafalda traz aos leitores brasileiros todas as tirinhas da personagem mais famosa do argentino Quino. É uma delícia constatar que mesmo após 37 anos da edição da última tira, a menina prodígio ainda causa risos e reflexões sobre a nossa condição na sociedade. A exemplo da lobatiana Emília, Mafalda não perde uma única chance de dizer o que lhe vem à cabeça. Ótima leitura para os que andam repensando o mundo.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

MAFALDA

A sopa é para a infância o que o comunismo é para a democracia!
                                                   MAFALDA

domingo, 10 de outubro de 2010

A CASA DO RIO VERMELHO

Zélia Gattai conheceu o mundo todo ao lado de seu grande amor: Jorge Amado, observadora aguda da vida e das pessoas que mais tarde tornariam-se personagens de suas histórias, renegada por alguns críticos, mas, amada por aqueles que gostam de uma boa prosa, Zélia nos convida em: "A casa do rio vermelho" para compartilhar suas emoções com o grande escritor brasileiro e todos os intelectuais e artistas que o rodearam. O livro nos inspira saudade e delicadeza.Salve Zélia!
 Juliana Gobbe






terça-feira, 28 de setembro de 2010

PATATIVA MARAVILHOSO DO ASSARÉ





Eu sou de uma terra que o povo padece

Mas não esmorece e procura vencer.

Da terra querida, que a linda cabocla

De riso na boca zomba no sofrer

Não nego meu sangue, não nego meu nome

Olho para a fome, pergunto o que há?

Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,

Sou cabra da Peste, sou do Ceará.



Patativa do Assaré

sábado, 18 de setembro de 2010

O CORDELISMO DE ANTÔNIO BARRETO



Antônio Barreto e alguns de seus cordeis

De forma antenada, Antônio Carlos de Oliveira Barreto, 54, procura acompanhar os acontecimentos com sua arte. Tem-se um novo acordo ortográfico, ele publica cordel (Novo Acordo Ortográfico em Versos de Cordel). E se Estados Unidos procuram Bin Laden, ele anuncia o paradeiro (As aventuras de Bin Laden no Carnaval da Bahia).
Um pároco manifesta sinais de religião africana, ele questiona (Padre Pinto está correto ou merece punição?). A professora dança pagode, ele conta a história (A professora que trocou a sala de aula pela baixaria do pagodão). E se morre o rei do pop? O cordel “Michel Jackson disse adeus”, discute o tema.
Estes são só alguns exemplos do cordelismo-jornalismo produzido por Antônio Barreto, nome artístico do cordelista.  Para escrever este tipo de cordel, Barreto se inspira em cuíca de Santo Amaro. Este foi um falado cordelista baiano, terror dos políticos de má índole, cuja história será narrada em filme.
Barreto sintetiza: “Ele era um jornalista além de cordelista, o fato acontecia ele já colocava em versos de cordel, eu gosto também de fazer isso”.
No entanto, apesar de admiração e exemplo, nem só de fatos vivem os cordéis barretianos. São vários os assuntos. Tem política, tem saúde, tem ecologia, temas sertanejos, temas educativos, cordéis construídos com amigos através da internet (pelejas), problemas sociais, esporte…
Um cordel sobre a rivalidade entre os times do Bahia e do Vitória rendeu uma participação no Bahia Esporte da TV Bahia. A matéria foi construída tendo o cordel como mote e Barreto aparece recitando livreto de sua autoria sobre o BA-VI.
Além de cordelista, Antônio Barreto é poeta e professor.  Graduado em Letra e Pós-graduado em Psicopedagogia e Literatura Brasileira, lamenta a falta da cadeira do cordel na academia. Contudo, em suas aulas não falta aquele que, em suas palavras, é “um instrumento pedagógico eficiente, quando ele é bem utilizado”.
Antônio Barreto escreve, vive e defende o cordel. No seu cordelismo já usou as rimas nas quadras, sextilas, septilhas, oito pés, décimas, etc, até mesmo para responder à entrevista. As repostas em forma de versos demonstram seus pensamentos acerca de questões como técnica, temporalidade, universalidade, função social e sobrevivência do cordel, além de discutir sua relação com a música e o seu lugar na Academia de Letras.
O professor/cordelista/poeta tem cerca de cem títulos de cordel publicados. Quase todos já listados no seu blog. Além de escrever, Barreto ministra oficinas de cordel, faz palestras, recitais e cantorias. Apresenta-se em escolas, bibliotecas, bienais, feiras de livros, festa populares e onde mais for convidado.
Antônio Barreto reside em Salvador há 34 anos, mas não perdeu o jeito, o sotaque e a arte do povo do sertão. Recebe o visitante em casa com a maior hospitalidade. Assim, conserva em si a natureza conhecida no universo bucólico de sua primeira infância. Época vivenciada na comunidade de Boa Vista, a 11km da sede do município natal, Santa Barbara (BA), com média de 18mil habitantes e distante cerca 135km de Salvador.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Que tal conjugarmos o manuanêz?

A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.

Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas,
que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.

Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas.
Manoel de Barros

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Manoel está chegando...

Oficina: Manoel de Barros : A desconstrução do verbo.

Dia: 28 de agosto
Local: Biblioteca Municipal de Atibaia
Horário: 10 às 12h.

domingo, 22 de agosto de 2010

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

É DE MATAR!

A morte da tartaruga


Millôr Fernandes

O menininho foi ao quintal e voltou chorando: a tartaruga tinha morrido. A mãe foi ao quintal com ele, mexeu na tartaruga com um pau (tinha nojo daquele bicho) e constatou que a tartaruga tinha morrido mesmo. Diante da confirmação da mãe, o garoto pôs-se a chorar ainda com mais força. A mãe a princípio ficou penalizada, mas logo começou a ficar aborrecida com o choro do menino. “Cuidado, senão você acorda o seu pai”. Mas o menino não se conformava. Pegou a tartaruga no colo e pôs-se a acariciar-lhe o casco duro. A mãe disse que comprava outra, mas ele respondeu que não queria, queria aquela, viva! A mãe lhe prometeu um carrinho, um velocípede, lhe prometeu uma surra, mas o pobre menino parecia estar mesmo profundamente abalado com a morte do seu animalzinho de estimação.
Afinal, com tanto choro, o pai acordou lá dentro, e veio, estremunhado, ver de que se tratava. O menino mostrou-lhe a tartaruga morta. A mãe disse: - “Está aí assim há meia hora, chorando que nem maluco. Não sei mais o que faço. Já lhe prometi tudo mas ele continua berrando desse jeito”. O pai examinou a situação e propôs: - “Olha, Henriquinho. Se a tartaruga está morta não adianta mesmo você chorar. Deixa ela aí e vem cá com o pai”. O garoto depôs cuidadosamente a tartaruga junto do tanque e seguiu o pai, pela mão. O pai sentou-se na poltrona, botou o garoto no colo e disse: - “Eu sei que você sente muito a morte da tartaruguinha. Eu também gostava muito dela. Mas nós vamos fazer pra ela um grande funeral”. (Empregou de propósito a palavra difícil). O menininho parou imediatamente de chorar. “Que é funeral?” O pai lhe explicou que era um enterro. “Olha, nós vamos à rua, compramos uma caixa bem bonita, bastante balas, bombons, doces e voltamos para casa. Depois botamos a tartaruga na caixa em cima da mesa da cozinha e rodeamos de velinhas de aniversário. Aí convidamos os meninos da vizinhança, acendemos as velinhas, cantamos o “Happy-Birth-Day-To-You” pra tartaruguinha morta e você assopra as velas. Depois pegamos a caixa, abrimos um buraco no fundo do quintal, enterramos a tartaruguinha e botamos uma pedra em cima com o nome dela e o dia em que ela morreu. Isso é que é funeral! Vamos fazer isso?” O garotinho estava com outra cara. “Vamos, papai, vamos! A tartaruguinha vai ficar contente lá no céu, não vai? Olha, eu vou apanhar ela”. Saiu correndo. Enquanto o pai se vestia, ouviu um grito no quintal. “Papai, papai, vem cá, ela está viva!” O pai correu pro quintal e constatou que era verdade. A tartaruga estava andando de novo, normalmente. “Que bom, hein?” - disse. - “Ela está viva! Não vamos ter que fazer o funeral!” “Vamos sim, papai” - disse o menino ansioso, pegando uma pedra bem grande. - “Eu mato ela”.



MORAL: O IMPORTANTE NÃO É A MORTE, É O QUE ELA NOS TIRA.

domingo, 1 de agosto de 2010

Salve Bachelard!

Sobre a última oficina...

...uma poética do devaneio toma consciência de suas tarefas; determinar consolidações dos mundos imaginados, desenvolver a audácia do devaneio construtivo, afirmar-se numa boa consciência de sonhador, coordenar liberdades, encontrar o verdadeiro em todas as indisciplinas da linguagem, abrir todas as prisões do ser para que o humano tenha todos os devires. Tarefas todas frequentemente contraditórias entre aquele que concentra o ser e aquele que o exalta.

Gaston Bachelard

quarta-feira, 21 de julho de 2010

ALA JOVEM APRESENTA:

Oficina : 24 de Julho
Local: Ala infanto-juvenil da Biblioteca Municipal-Atibaia SP
Horário: 10h
Tema:  "De perto ninguém é normal."
Oficina baseada na obra: Poética do Devaneio de Gaston Bachelard.

Aguardamos você!!

Academia Literária Atibaiense

BLOGS POÉTICOS!!!

Confiram o blog da jovem poeta Marina Barbosa:

www.falarteando.blogspot.com

segunda-feira, 19 de julho de 2010

sábado, 17 de julho de 2010

RECORTES - OFICINA 1 - "COMUNICAÇÃO POÉTICA."

A nossa primeira oficina baseou-se no livro de Décio Pignatari : Comunicação Poética, nela os jovens conheceram um pouco sobre o pensar poético do autor.
Aí vão alguns recortes:

"O poeta é aquele artista que não está no gibi. E é aquele que ajuda a fundar culturas inteiras. Não dá pra entender a cultura portuguesa, sem Camões; a inglesa,sem Shakespeare; a italiana, sem Dante; a alemã, sem Goethe; a grega, sem Homero; a irlandesa, sem Joyce."

"Todos nós criamos, mas a (des) educação que recebemos nos orienta no sentido de permanecermos apenas ao nível de competência."

"A maior parte das pessoas lê poesia como se fosse prosa. A maior parte quer “conteúdos” – mas não percebe formas. Em arte, forma e conteúdo não podem ser separados . Perguntava o poeta Yeats: Você pode separar o dançarino da dança? Quem se recusa a perceber formas não pode ser artista. Nem fazer arte."


Se você ainda não leu...fica a dica!
Livro: Comunicação Poética - Décio Pignatari
Editora: Cortez & Moraes

quinta-feira, 15 de julho de 2010


Antes de inauguração da ALA JOVEM, nós adolescentes e jovens em geral estávamos carentes de um local onde poderíamos encontrar um ensino diferenciado, ou seja, um local onde de forma dinâmica, divertida e espontânea, estivéssemos aprendendo.Aprendendo a admirar livros, poesias, poemas etc.

Enfim... tivemos a nossa inauguração com a presença da professora Marisa Lajolo, uma grande mulher que nos ensinou muito! Também tivemos uma peça teatral escrita por Gilberto Sant'Anna, e o discurso inspirador da professora Juliana Gobbe , que nos deixou com mais vontade ainda de entrar neste mundo maravilhoso das artes literárias!! . E não parou por aí... a ALA JOVEM está só no começo...

Espero poder participar ... por muito tempo, por que até agora tem sido ótimo .

Renan


quarta-feira, 14 de julho de 2010


Participar da ALA JOVEM é encontrar poesia em si mesmo.
Yago

Participar de uma Academia Literária para Jovens é acreditar que, com o dom da palavra pode-se fazer e ser a diferença.
Mikaela

terça-feira, 13 de julho de 2010


Como diz Louis Bonald: " A literatura é a expressão da sociedade, assim como a palavra é a expressão do homem". Participar da Academia Literária para jovens é acreditar que a sociedade pode ser modelada a partir de uma atitude, na qual, abrem-se meios para que a expressão do homem torne-se a expressão da vida: a leitura!”
Dirce
INTEGRANTES / INTEGRADOS

A ALA JOVEM é como olhar para o nada e enxergar tudo no mundo da literatura.
Natália
INTEGRANTES / INTEGRADOS


" Foi legal participar da reunião da ALA JOVEM porque pudemos conhecer mais os outros integrantes e também porque foi um tanto divertido."
Calíope

segunda-feira, 12 de julho de 2010

No dia 22 de Maio, deu-se o início da ALA JOVEM, novo espaço de criação da Academia Literária Atibaiense.
Nesse dia fizemos um belo passeio pela história do romance no Brasil com a Professora Marisa Lajolo.
Hoje..nasce o blog da ALA JOVEM, exaltando a criação literária contemporânea.
O que pensam os jovens? Quais os caminhos literários percorridos e a percorrer por eles?
A proposta do espaço de criação literária é a da escrita libertária, sem amarras, ou qualquer tipo de patrulhamento ideológico.
Os textos, sejam eles umbiguistas, engajados, conservadores, progressistas, comunistas, enquadrados ou desconcertantes, correrão livres e descalços pelas calçadas da literatura.
Em síntese, ou melhor, antítese...deixem ( ou não ) que as palavras construam muros de arrimo em seus corações.
Juliana Gobbe