domingo, 10 de fevereiro de 2013

115 anos de Brecht



Há 115 anos nascia na Alemanha o artista multifacetado Bertold Brecht. Sua obra ainda hoje demanda grande interesse por parte de estudiosos de áreas diversas. Brecht navegou pelo cinema, teatro e poesia. Dono de uma ironia aguda... fez de seus textos grande deleite oposicionista da sociedade vigente. Com um pensamento nenhum pouco dogmático embrenhou-se nas fundas camadas da ensurdecida república de Weimer.
A luta de classes, a condição miserável da vida operária, a fragmentação do homem pela tecnologia eram assuntos recorrentes tanto no teatro como na poesia. Costumava dizer que o escritor que se preze deve estar totalmente comprometido com a verdade.
Seu teatro num primeiro momento chamado de "épico" ganharia mais tarde a classificação pelo próprio autor de "teatro dialético". Todas as suas peças ainda hoje são extremamente atuais em virtude da temática abordada por elas: O ser humano e sua sobrevivência no sistema capitalista.
Já na poesia o autor alemão denominava-se "lírico" embora quem as leia descubra nelas altas doses épicas com pitadas amargas da típica ironia brechtiana.
Brecht é vendaval...acordando nossa indignação diante das injustiças do mundo. Pensando nele escrevi o livro: Óculos de Marfim...singela homenagem.

  Pausa para Brecht


   galinhas e pães
   levam muita gente pra cadeia
   em Brasília faz 40 graus
   todos usam óculos
                                                      


                                               
                                                     
Abraços,
Juliana Gobbe





sábado, 9 de fevereiro de 2013

Preconceito linguístico


"É um verdadeiro acinte aos direitos humanos, por exemplo, o modo como a fala nordestina é retratada nas novelas de televisão, principalmente da Rede Globo. Todo personagem de origem nordestina é, sem exceção, um tipo grotesco, rústico, atrasado, criado para provocar o riso, o escárnio e o deboche dos demais personagens e do espectador. No plano linguístico, atores não-nordestinos expressam-se num arremedo de língua que não é falada em lugar nenhum no Brasil, muito menos no Nordeste. Costumo dizer que aquela deve ser a língua do Nordeste de Marte! Mas nós sabemos muito bem que essa atitude representa uma forma de marginalização e exclusão." (BAGNO, p. 44)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Inéditos e Dispersos




Sonho

Entre os complementos
uma massa se agita,
indecisa.
Por sobre os remendos
uma nuvem se estica,
esbranquecida.
Unindo os membros
uma luz principia
unida.
Entre os complementos.

Ana Cristina Cesar